Depois do fecho da Croisières de France e do abandono de escalas em portos franceses pelos dois navios que esta tinha, a Pullmantur anula os embarques de clientes franceses no seu país, no Sovereign. Na operação de verão no Mediterrâneo estava previsto o embarque em Toulon/La Seyne-sur-Mer de cerca de 2.000 clientes franceses.
Apesar de continuar a fazer escala neste porto, os embarques foram anulados devendo os clientes começar o cruzeiro em Barcelona. A Pullmantur aceitou reembolsar integralmente quem desejar desistir ou indemnizar os que vão incorrer em despesas acrescidas por causa da mudança de porto de embarque, mas o descontentamento no Hexágono é muito elevado, por mais esta alteração.
Até ao ano passado a Croisières de France ocupava a terceira posição no mercado de cruzeiros francês atrás da Costa e da MSC, com cerca de 100.000 viajantes por ano. A companhia estava a ter muito sucesso graças ao conceito 100% francófono no Zenith e no Horizon. Os cruzeiristas deixados nos cais farão decerto a alegria dos líderes do sector.
Depois da aquisição da Pullmantur por um fundo de investimento suíço – Springwater Capital, foi decidida a concentração nos mercados espanhol e da América Latina. A primeira consequência deste reposicionamento é o fecho dos escritórios de Paris no fim deste mês e o abandono dos cruzeiros na Europa com partidas de Marselha e Calais.
Segundo Antoine Lacarrière, responsável pala logística de chegadas e partidas em Calais, “vivemos três bons anos, com boas performances e estávamos entre os primeiros portos europeus”.
Com efeito, os cruzeiros que partiam de Calais para o Mar do Norte e países nórdicos estavam praticamente sempre cheios. De onze escalas em 2014, a Croisières de France tinha passado para 14 em 2015, terminando com 17 escalas o ano passado, movimentando mais de 50.000 passageiros durante a temporada. Estes números colocavam Calais no top dos portos franceses no que respeita a cruzeiros.
Toda a actividade ligada a estas escalas, que criava empregos como estivadores, manutenção, segurança, acolhimento, hotéis e restaurantes se perde, contribuindo assim para piorar a situação económica da região, já abalada quer por acontecimentos políticos, quer pela progressiva quebra de movimentações de ferrys que se tem vindo a verificar.
Há intenção de atrair novos navios e companhias a Calais, mas as rotas são normalmente decididas com um a dois anos de antecedência, pelo que a curto prazo pouco movimento será possível captar.
Croisières de France
Sociedade criada em 2007, possui dois navios – Horizon e Zénith. Era propriedade da espanhola Pullmantur, possuída pela Royal Caribbean. No início de Maio, oito anos depois da sua compra, a Royal Caribbean vendeu 51% da Pullmantur ao fundo de investimento suíço Springwater Capital. Os navios explorados pela Pullmantur e pela Croisières de France continuam e pertencer em exclusividade à Royal Caribbean.