Dentro dos cruzeiros temáticos, há alguns religiosos. É o caso deste cruzeiro, que vai decorrer entre 21 de Junho e 1 de Julho de 2017.
A partida será de Saint Nazaire em França e a chegada ao mesmo país a Le Havre, depois de escalas em Lisboa, Porto e La Coruña, com idas a Fátima e Santiago de Compostela.
O navio utilizado será o Astoria, cujo comandante é o português António Morais.
Palavras do Padre Jacques Nieuviarts, consultor editorial da Le Pèlerin e Prions en Eglise e director espiritual do cruzeiro:
"Milhares de peregrinos, vindos de toda a Europa têm seguido o Caminho de Compostela para refazer, muitas vezes com vento e poeira, uma história dorida e rica em expectativas. E para encontrar Deus. São milhares hoje a lançar-se no caminho. Foi também a brisa do mar, que ao longo dos séculos moldou a paisagem de Portugal. Aportava-se ou partia-se, por caminhos infinitos. Como aqueles, mais interiores, que levam a Fátima."
"Para marcar o centenário das aparições de Fátima, a Pèlerin convida-vos a utilizar esses caminhos, como visitantes e peregrinos."
2017, centenário das aparições de Fatima Ser peregrino nos dois Santuários, de Fátima e Santiago de Compostela Celebrações em ligação com as Igrejas locais Visitas em pequenos grupos, com animadores espirituais A descoberta de Lisboa e do Porto Um barco de tamamho humano
Uma entrevista ao Comandante do Astoria, segundo mais antigo navio de cruzeiros do mundo, chegado hoje a Lisboa. Realizada em Vigo pelo Atlántico há alguns dias.
"Vigo é um porto fantástico, com um bom abrigo; foram três meses bons."
O português António Morais comanda o Astoria, que qualifica de bom barco, com condições para trabalhar. Morais tem uma extensa experiência de mar, tendo começado a navegar em 1978, como oficial da marinha mercante, passando para os cruzeiros em 2001.
Porque escolheram passar três meses em Vigo?
É um porto fantástico, com um bom abrigo para quando há temporais e que está próximo de Inglaterra e de Portugal. [nt: o armador é inglês e o navio está registado em Portugal] Foram três meses bons.
Depois de Vigo, para onde vão?
Primeiro para Lisboa, para outras reparações. Depois iniciaremos aí uma viagem pelo Norte da Europa até Inglaterra, Noruega, Islândia e Gronelândia. Depois, seguiremos para Sul, rumo ao Brasil. Teremos cinco ou seis meses de navegação seguidos.
É muito duro para a tripulação?
O trabalho num barco no mar não para. São 24 horas sem parar, até que chega outra tripulação.
Esteve na marinha mercante e agora é comandante de um navio de cruzeiro. Existem muitas diferenças, para um marinheiro?
Passei muitos anos na marinha mercante mas eu diria que os cruzeiros são mais... não me sai a palavra... mais gratificantes, é isso!
Há muitas diferenças entre um pequeno navio como este e os gigantes do mar?
Este é um bom barco, foi renovado e está equipado com tudo o que é necessário para a navegação. Diria que são cruzeiros clássicos, numa embarcação de tamanho médio. Depois das reparações e melhorias de que está a ser alvo, estará apto a passar muito tempo a navegar no mar.
Chega dia 8 de Fevereiro a Lisboa o segundo mais antigo navio de cruzeiros no activo (o mais antigo, é o veleiro Sea Cloud), depois de três meses de intervenções várias em Vigo. Ficará cerca de quinze dias em doca seca para mais algumas intervenções, após o que efectuará um cruzeiro no Norte da Europa, seguindo depois para o Brasil.
O Astoria, actualmente operado pela Cruise & Maritime Voyages, começou a ser construído em 1944, sendo lançado em 1946 com o nome Stockholm, ficando tristemente celebrizado em 1956 por um choque com o paquete italiano Andrea Doria, no Atlântico Norte, de que resultou o afundamento desse navio e 46 mortos entre as cerca de 1.700 pessoas a bordo. Apesar do rombo provocado no Stockholm, o navio pôde prosseguir viagem, transportando inclusivé cerca de 600 passageiros e tripulantes do navio afundado até Nova Iorque onde foi submetido a grandes reparações. Segundo investigações recentes, este acidente foi provocado por erros em ambos os navios, potenciados pelo forte nevoeiro na noite do embate.
Nestas já mais de sete décadas de serviço, conheceu vários nomes e proprietários. Desde 2016 que se chama Astoria, operando sob bandeira portuguesa, com registo no porto do Funchal.
Nos anos 90 sofreu uma profunda remodelação, principalmente a nível das máquinas, mas mantendo o casco original.
Opera essencialmente para os mercados inglês e francês, sendo frequente visita do Funchal e dos Açores.