SEATRADE CRUISE - Reiniciando os cruzeiros fluviais e de luxo na Europa
Realizou-se hoje, organizado pela Seatrade Cruise, uma organização de comunicação da indústria de cruzeiros um pequeno seminário com alguns intervenientes deste mercado.
Após um longo período de incerteza para os cruzeiros e para a indústria de viagens em geral, os cruzeiros estão lenta mas seguramente a começar a retomar as operações.
Com moderação de Frederik Erdmann da Seatrade Cruise (à direita da foto), este Seatrade Cruise Talks, teve como convidados Rudi Schreiner da AmaWaterways (cruzeiros de rio), Emilio Freeman da SeaDream Yacht Club (cruzeiros de luxo oceânicos) e Monic van der Heyden do Porto de Amsterdão.
Emilio Freeman da SeaDream começou por explicar que, depois da paragem total ocorrida em Março, decidiram deslocar os dois navios que tinham a operar nas Caraíbas e Mediterrâneo para a zona da Noruega. Apesar de o dono da empresa ser norueguês, tal como a SeaDream, em quase vinte anos de existência só tinham tido uma única viagem nesse país. E poucos noruegueses habitualmente nos seus navios.
Falou sobre a preparação do percurso, que foi feita em cerca de quatro semanas, quando habitualmente qualquer percurso demora dois anos a ser elaborado. À medida que avançavam surgiam novos problemas, que foram conseguindo resolver nomeadamente o facto de inicialmente terem considerado um porto dinamarquês para o cruzeiro ser internacional e a Dinamarca ter começado por exigir que os cruzeiristas ficassem cinco dias na Dinamarca. Esta exigência acabou por ser abandonada depois de muitos contactos, nomeadamente cerca de 90 telefonemas para as autoridades do país!
Uma operação que começou com apenas um dos navios, mostrou ser um tal êxito, que logo na segunda semana já estavam os dois a navegar.
Depois falou sobre algumas medidas a bordo, como a desinfecção de toda a bagagem antes da entrada a bordo ou a desinfecção integral do ginásio depois de cada utilização (por grupos de apenas até quatro pessoas). Referiu que tinham uma sala de jantar interior, mas várias exteriores e que estas já eram utilizadas preferencialmente antes.
Inquirido sobre a utilização de máscaras a bordo, referiu que não existe, dado que na Noruega não se utiliza máscara. Distanciamento social, sim, mas máscara, não.
Referiu que a esmagadora maioria dos actuais clientes são noruegueses e que o percurso foi estudado para ir a locais mais recônditos, em grande parte desconhecidos dos próprios noruegueses.
Rudi Schreiner da AmaWaterways, começou por referir que habitualmente 90% dos clientes são provenientes dos Estados Unidos e do Canadá. Por isso, decidiram recomeçar com apenas um navio, entre portos alemães, viagens de cinco dias. De realçar que antes raramente tinham clientes alemães nos seus navios.
Informou que tinham ocorrido reuniões prévias ao retomar da navegação entre várias companhias, para chegar a "guidelines" comuns relativamente a segurança, evitando cada operador ter as suas regras.
As máscaras são obrigatórias nas áreas comuns e tentam servir as refeições ao ar livre ao maior número possível de hóspedes. Limitaram o número de cruzeiristas a cerca de 65% da capacidade do navio e não têm espectáculos com cantores, dado não poderem garantir a segurança de todos.
Referiu que tinham já muitas marcações para 2021 e 2022, tendo inclusivê afirmado que Junho tinha sido um dos melhores meses de sempre quanto a marcações, essencialmente dos mercados norte-americanos.
Monic van der Heyden do Porto de Amsterdão, falou sobre as excursões, referindo que a saída dos navios é mais lenta, cinco pessoas de cada vez até encher o autocarro e só depois avança outro autocarro, no mesmo esquema.
Amsterdão ainda só recebe cruzeiros de rio, estando o primeiro navio de oceano (e pequeno) previsto para o meio de Agosto.
Referiu também que ainda não existe regulamentação governamental para os navios de oceano pelo que ainda não conseguem prever o que irá acontecer.
Por fim, foi perguntado aos três convidados o que esperavam que ocorresse a três e a nove meses.
O representante da SeaDreams disse que não tinha grandes expectativas quanto aos próximos três meses, mas que esperava um 2021 bom.
A AmaWaterways vai manter cruzeiros apenas com pequenos navios, até por causa das dificuldades que ainda há com vôos. Acham que esta conjuntura é uma oportunidade para os pequenos navios, que vão ser preferidos aos maiores e declararam que esperavam para 2021 o regresso ao normal.
A representante do Porto de Amsterdão informou que neste momento já tinha mais marcações de navios para 2021 que em qualquer outro ano anterior.